“Fazendo desatinos e propalando ideias subversivas a ordem pública”: os marimbondos contrários a “Lei do Cativeiro” em Alagoas (1851-1852)

Danilo Luiz Marques

Resumo


Os estudos sobre o Brasil do século XIX vêm demonstrando que “o ‘povo’ se levantou em boa parte do Império”, sendo que as populações africanas e seus descendentes na diáspora tiveram protagonismos em quase todos os episódios “sediciosos” que ocorreram neste período, muitos dos quais ainda não tiveram uma maior atenção por parte dos historiadores. Um deles, é o movimento contrário a “lei do cativeiro”, ocorrido entre 1851 e 1852 em algumas províncias nordestinas, que causou um abalo nas autoridades do Império do Brasil. Após os negros papa-méis, em Alagoas e Pernambuco, estourou o “Ronco da Abelha”, episódio que ficou mais conhecido como revolta ou guerra dos “marimbondos”. O objetivo deste artigo é analisar a maneira como as autoridades alagoanas receberam e agiram perante o caos que se instalou na província entre fins de 1851 e início de 1852. A documentação utilizada concentra-se em algumas notícias do periódico Diário de Pernambuco referente a Alagoas, e nas falas de autoridades presentes nos relatórios provinciais entre 1850-1855, principalmente a de José Bento da Cunha e Figueiredo, dirigida a Assembleia Legislativa da Província de Alagoas, em abril de 1852.

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DOI: https://doi.org/10.18468/fronteiras.2016v3n2.p25-47

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