O processo de urbanização carioca na 1ª República do Brasil no século XX: uma análise do processo de segregação social

Marcelo Penna da Silva

Resumo


O presente trabalho visa analisar os impactos urbanísticos causados no Rio de Janeiro, no recorte do governo do prefeito Pereira Passos (1902-1906), no qual se compreenderá que o inchaço demográfico no Distrito Federal, desencadeou uma série de processos insalubres. Assim, veremos que o famoso “bota abaixo” acarretou num processo de segregação social da população negra carioca principalmente, causando a migração dos ex-escravos para as periferias e a subida dos morros, acarretando na favelização. Assim, podemos identificar que a reforma empreendia pelo governo municipal trouxe a cidade do Rio de Janeiro a padrões salubres aceitáveis e necessários, porém a um preço injusto: a segregação sociespacial. Dessa forma, a dinâmica das favelas é oriunda desta reforma cujo cerne era uma proposta de pseudo processo “civilizatório” acarretando impactos perceptíveis até os dias atuais. Assim, podemos analisar que o preço pago pelo plano urbanístico idealizado pelo “Haussmann tropical” – o prefeito Pereira Passos, a fim de recriar uma Paris, no coração da recém-capital da 1ª República do Brasil, foi efetuado apenas pela população mais pobre e negra, na qual não houve o cuidado de reintegra-los à sociedade e/ou lhes garantir direitos.

Palavras-chave


Favelização; Rio de Janeiro; Pereira Passos

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DOI: https://doi.org/10.18468/estcien.2018v8n1.p47-56

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