COMÉRCIO ILEGAL DE AVES SILVESTRES EM FEIRAS LIVRES DA AMAZÔNIA: UM ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE ABAETETUBA, PARÁ, BRASIL

Thayanne Costa Farias, Ronaldo Poça Belo, Samantha Ribeiro da Silva, Pedro Chaves Baía Júnior

Resumo


As aves, em função da beleza, canto e ampla distribuição geográfica, constituem-se um dos principais alvos do comércio ilegal de animais silvestres. Este fator, somado a destruição e fragmentação de seus habitats, gera um grande impacto negativo para a biodiversidade amazônica. Contudo, informações básicas a respeito do uso comercial destes animais ainda são escassas, dificultando a efetividade de ações de conservação. Neste sentido, as feiras livres podem ser consideradas locais chaves de obtenção de informações a respeito desta atividade. Desta forma, o presente estudo caracterizou o comércio ilegal de aves silvestres na feira livre do município de Abaetetuba, Pará, Brasil. Para tanto, realizou-se nos meses de abril, maio e junho do ano de 2015, monitoramento dessa atividade comercial nos pontos de venda identificados e aplicado entrevistas semiestruturada a quatro vendedores de aves silvestres da referida feira. Verificou-se a comercialização de 539 aves, entre nove espécies, todos da ordem Passeriformes, pertencentes a três famílias: Icteridae, Thraupidae, Turdidae. O gênero Sporophila foi o mais representativo em vendas, com destaque para a espécie Sporophila angolensis (curió, 38%), seguido do Sporophila collaris (coleiro-do-brejo, 33%). Sporophila maximiliani (bicudo), mesmo em perigo de extinção, também apresentou alta representatividade, sendo a quarta espécie mais vendida (7%). Os valores de venda variaram de R$15,00 a R$ 200,00, sendo Sporophila angolensis e Icterus cayaenensisos quais atingem os preços mais elevados. Estimou-se uma renda total gerada no período da pesquisa de R$ 26.433,00. Os vendedores demonstraram considerável conhecimento empírico sobre as aves silvestres. Ademais, possivelmente fatores culturais e as características de canto, plumagem e força das espécies estimulam o comércio de aves no município.

Palavras-chave: biodiversidade, passeriformes, etno-ornintologia.

Palavras-chave


biodiversidade; passeriformes; tráfico de animais

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DOI: https://doi.org/10.18561/2179-5746/biotaamazonia.v9n4p24-28

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