COMÉRCIO ILEGAL DE AVES SILVESTRES EM FEIRAS LIVRES DA AMAZÔNIA: UM ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE ABAETETUBA, PARÁ, BRASIL
Resumo
As aves, em função da beleza, canto e ampla distribuição geográfica, constituem-se um dos principais alvos do comércio ilegal de animais silvestres. Este fator, somado a destruição e fragmentação de seus habitats, gera um grande impacto negativo para a biodiversidade amazônica. Contudo, informações básicas a respeito do uso comercial destes animais ainda são escassas, dificultando a efetividade de ações de conservação. Neste sentido, as feiras livres podem ser consideradas locais chaves de obtenção de informações a respeito desta atividade. Desta forma, o presente estudo caracterizou o comércio ilegal de aves silvestres na feira livre do município de Abaetetuba, Pará, Brasil. Para tanto, realizou-se nos meses de abril, maio e junho do ano de 2015, monitoramento dessa atividade comercial nos pontos de venda identificados e aplicado entrevistas semiestruturada a quatro vendedores de aves silvestres da referida feira. Verificou-se a comercialização de 539 aves, entre nove espécies, todos da ordem Passeriformes, pertencentes a três famílias: Icteridae, Thraupidae, Turdidae. O gênero Sporophila foi o mais representativo em vendas, com destaque para a espécie Sporophila angolensis (curió, 38%), seguido do Sporophila collaris (coleiro-do-brejo, 33%). Sporophila maximiliani (bicudo), mesmo em perigo de extinção, também apresentou alta representatividade, sendo a quarta espécie mais vendida (7%). Os valores de venda variaram de R$15,00 a R$ 200,00, sendo Sporophila angolensis e Icterus cayaenensisos quais atingem os preços mais elevados. Estimou-se uma renda total gerada no período da pesquisa de R$ 26.433,00. Os vendedores demonstraram considerável conhecimento empírico sobre as aves silvestres. Ademais, possivelmente fatores culturais e as características de canto, plumagem e força das espécies estimulam o comércio de aves no município.
Palavras-chave: biodiversidade, passeriformes, etno-ornintologia.Palavras-chave
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