ASSIMETRIA FOLIAR E A PRESENÇA DE GALHAS DE INSETOS EM TRÊS ESPÉCIES DE PLANTAS EM UMA FITOFISIONOMIA DA MATA ATLÂNTICA

Resumo

A relação entre três espécies de plantas, suas respectivos galhadores e assimetria foliar foi avaliada no habitat de restinga da Área Protegida Ambiental de Maricá, RJ, Brasil. O trabalho de campo foi realizado em fevereiro de 2017, quando 20 folhas, dez galhadas e dez não galhadas, foram amostradas de cada um dos dez indivíduos escolhidos ao acaso para cada espécie de planta. A assimetria flutuante não foi encontrada no presente estudo, mas todas as espécies apresentaram antissimetria (AS). Clusia lanceolata Cambess. e Maytenus obtusifolia Mart. também exibiram assimetria direcional (DA). AS e DA são previstos em populações sob altos níveis de estresse. Folhas galhadas de C. lanceolata e Eugenia astringens Cambess. exibiram maior assimetria do que folhas não galhadas, mostrando que as galhas aumentam a assimetria das folhas ou que os insetos galhadores selecionam mais folhas assimétricas. Não foram encontradas diferenças na assimetria entre folhas galhadas e não galhadas de M. obtusifolia, o que pode indicar que esta espécie tolera e minimiza a presença de insetos galhadores, mostrando alta capacidade de homeostasia diante de um estresse biótico. A abundância de insetos galhadores foi significativamente maior em E. astringens do que em M. obtusifolia e C. lanceolata, possivelmente porque as folhas de M. obtusifolia apresentam maior esclerofilia e C. lanceolata possui látex, características que dificultam a herbivoria.

Palavras-chave: antissimetria, assimetria direcional, assimetria flutuante, insetos galhadores, Restinga.