DESCOLONIZANDO A AMAZÔNIA: SABERES, RESISTÊNCIA E EDUCAÇÃO CRÍTICA

Autores

  • Marlene da Conceição Trajano

Palavras-chave:

Descolonização, Amazônia, Saberes ancestrais, Interculturalidade, Resistencia Epistêmica

Resumo

O artigo propõe uma reflexão crítica sobre a necessidade de descolonizar o saber na Amazônia, rompendo com as lentes coloniais e eurocêntricas que historicamente moldaram as representações da região e de sua população. A Amazônia, frequentemente retratada como um espaço de natureza intocada ou de atraso socioeconômico, é desumanizada por narrativas que ignoram sua complexidade sociocultural, histórica e política. Essas representações, enraizadas no "arquivo colonial", perpetuam estereótipos que reduzem a região a um mero depósito de recursos naturais, silenciando as vozes e saberes dos povos amazônicos. A descolonização do saber na Amazônia exige uma abordagem crítica que valorize a diversidade territorial e humana da região, reconhecendo suas múltiplas dinâmicas sociais, culturais e políticas. O artigo destaca a importância de desconstruir as narrativas hegemônicas que reforçam a hierarquização entre povos e territórios, propondo uma sociologia descolonizadora que promova a resistência epistêmica e a reexistência dos saberes ancestrais. A interculturalidade crítica e a pedagogia decolonial emergem como ferramentas essenciais para essa transformação, questionando as estruturas de poder e saber que perpetuam a dominação colonial. No contexto educacional, o artigo defende a necessidade de reformular os currículos escolares, incorporando os saberes locais e as experiências das comunidades amazônicas. A educação descolonizadora deve promover uma prática pedagógica que valorize as identidades e histórias dos povos da região, rompendo com o paradigma eurocêntrico e fomentando um diálogo intercultural que enriqueça as formas de resistência e produção de conhecimento. A interculturalidade crítica, em particular, é apresentada como uma abordagem transformadora que combate as desigualdades e injustiças, promovendo a inclusão de múltiplas perspectivas no processo educativo.

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Publicado

2025-02-24