DESVELARES FEMINIS: DESAFIO, RESISTÊNCIA E RESIDUALIDADE EM METADE CARA, METADE MÁSCARA, DE ELIANE POTIGUARA
Palavras-chave:
Terra, Sagrado, Ancestralidade, Eliane PotiguaraResumo
O presente estudo busca no livro Metade Cara, Metade Máscara (2019), de Eliane Potiguara - marco inaugural de publicações de obras literárias por mulheres indígenas no contexto brasileiro - o aprofundamento e abrangência na temática dos povos originários na literatura. Essa obra desvela um leque diversificado de abordagens acerca do eu coletivo indígena, que rememora, descreve e poetiza as experiências ancestrais e as lutas dos povos originários. O cerne da narrativa concentra-se na intrincada relação entre a mulher indígena, o meio ambiente e o domínio do sagrado. O escopo do presente estudo visa investigar essa intrincada relação, com o propósito de compreender outras dimensões subjetivas e formas de existência, ao mesmo tempo em que, por meio da ótica perspicaz de Eliane Potiguara, desvela-se as múltiplas facetas residuais da modernidade que obstaculizam a preservação da alteridade indígena. A realização deste estudo conta com a interação entre a obra de Eliane Potiguara e pensamentos de estudiosos e teóricos como Julie Dorrico (2019), Graça Graúna (2012), Franz Fanon (2008), Roberto Pontes (2006) e outros estudiosos visitados no percurso da produção.