A POÉTICA DO SINCRETISMO: UMA LEITURA SOBRE A PRODUÇÃO DO GRUPO SIN DE LITERATURA
Palavras-chave:
Poética, Sincretismo, GRUPO SIN, ResidualidadeResumo
Nos anos finais da década de 1960, o cenário literário cearense encontrava-se sob influência do que muitos chamaram de “esvaziamento cultural”, traço comum a todo o país, que desde 1964 vivia um regime ditatorial liderado por militares cuja política alinhava-se aos ideais da extrema direita, de modo que a prática da censura aos movimentos artísticos e culturais acabou contribuindo para essa ausência de sentido predominante nas artes. Diante desse contexto, os poetas Horácio Dídimo, Linhares Filho, Pedro Lyra e Roberto Pontes fundaram o GRUPO SIN de poesia, que trazia consigo a proposta do (sin)cretismo estético e cultural, com o intuito de renovar a literatura no Ceará. Nesse sentido, o trabalho ora proposto pretende contribuir com a fortuna crítica dos autores fundadores do grupo que, posteriormente, agregou outros escritores, a partir da base programática de que na diversidade das manifestações poéticas encontra-se o princípio norteador da criatividade do grupo. Para tanto, far-se-á necessário o diálogo comparatístico entre as duas minisinantologias publicadas respectivamente em 1967 e 1968 e outros livros dados a público, de per se pelos poetas, após a dissolução do grupo, a fim de observar a evolução da linguagem de cada um deles. Assim, o aporte fundamentador utilizado é composto pelos teóricos da chamada pós-modernidade como Zigmunt Bauman (2007) e Mário Vargas Llosa (2013); também por Pontes (2006/2022; 2020), Pontes e Martins (2015), que sistematizaram conceitos como residualidade, resíduo, cristalização e hibridação cultural; bem como por críticos literários que trouxeram contributos à discussão. Por fim, espera-se alcançar o objetivo traçado e esboçar o que seria uma poética sincrética e como ela se desenvolveu no Grupo SIN de Literatura.