Narrativas Indígenas: A Construção de Identidades na Escola Wajãpi
Palavras-chave:
Narrativas Wajãpi, Identidade Narrativa, Perspectivismo, Cosmopolítica, ContracolonialResumo
Este artigo analisa as cosmologias ameríndias e suas expressões nas narrativas Wajãpi, considerando currículo, animalidade, conhecimento e cultura escolar. A partir do perspectivismo (Viveiros de Castro, 2002) e da noção de identidade narrativa (Ricouer, 1991), examina-se como essas narrativas funcionam como espaços de resistência contracolonial e de afirmação cultural (Krenak; Werá; Kopenawa). A presença da animalidade, entendida como linguagem simbólica e cosmológica, evidencia a interconexão entre humanos, animais, espíritos e natureza, constituindo um imaginário que atravessa corpo, memória e território (Paes Loureiro, 2001; Fausto, 2018; Pereira, 2015, 2024 e 2025). Nesse contexto, a escola aparece como espaço em disputa, impondo modelos ocidentais, mas também possibilitando o fortalecimento de epistemologias indígenas. As narrativas Wajãpi, ao mesmo tempo que registram experiências, constroem mundos, preservam cosmovisões e reafirmam identidades coletivas. Assim, narrativas, perspectivismo e cosmovisão emergem como instrumentos teóricos essenciais para compreender a formação da identidade cultural Wajãpi no espaço escolar.