Uma análise de Dom Quixote revisitado em cordel
Palavras-chave:
Dom Quixote, Literatura de Cordel, Análise semiótica, IsotopiasResumo
O presente trabalho objetiva estabelecer um breve estudo comparativo semiótico entre as obras Dom Quixote, adaptação de José Angeli (2006), e o cordel Dom Quixote, adaptação da obra de Miguel de Cervantes, escrito pelo cordelista Stélio Torquato Lima (2022). Os aspectos pertinentes à análise serão aqueles que se configuram como isotopias temático- figurativas, principalmente elementos que aludem ao tempo, espaço e atores discursivos. No que compete aos aspectos relacionados à semântica discursiva, esses serão embasados pelo viés da semiótica greimasiana, segundo os pressupostos de Barros (2005) e Fiorin (1996). Além disso, identificaremos possíveis semelhanças e diferenças estabelecidas entre as obras através da análise do percurso gerativo de sentido (PGS), ademais ao detalhamento do percurso narrativo canônico. Sobre o processo de adaptação, verificaremos se os temas se aproximam no tocante ao desenvolvimento do enredo nas obras, especificamente nas estruturas do nível discursivo. De acordo com as considerações semióticas referentes à elasticidade discursiva de Greimas e Courtés (1979), explicaremos como algumas considerações acerca da versão de partida se mantêm presentes e reiterativas em sua adaptação em literatura de cordel, que é uma obra aberta e, portanto, passível de modificações estruturais em sua essência narrativa. Finalmente, estabeleceremos um breve estudo detalhado sobre a adaptação de algumas ausências episódicas essenciais ao romance traduzido em português.